Rincão do meu Senhor...
Em 1964 o Jardim Rincão era uma grande
fazenda que tinha como dono o Seu Prado, ele não morava ali e tomou a decisão
de contratar um casal de Corretores para lotear as suas terras e chamar
famílias para habitarem a nova região.
Os corretores eram o
casal Carlos e Isabel Moradei que saíram da Mooca para morarem em um novo
lugar: cheio de pedras, eucaliptos e um córrego que manava água pura e fresca.
Isabel era muita devota de São Judas Tadeu, ao qual logo aproveitou para doar
uma parte do terreno para a construção dum bonito Cruzeiro, que mais para
frente tornaria-se a Paróquia São Luis Maria Grignion de Montfort.
Começaram
a chegar as famílias. Pronto! Já tinha terra, gente e muita devoção... encontro
certo para se fazer do lugar um novo bairro, uma nova comunidade. Em Julho de
1966 o Rincão já recebia a visita do Pe. Otávio que vinha do Jaraguá, da
paróquia Nossa Senhora da Conceição, pilotando a sua lambreta e celebrava as
primeiras missas e reunia os primeiros moradores para juntos rezar.
No ano de 1969 chega
o Pe. Humberto, missionário monfortino. Um holandês que encontrou um lugar
muito diferente do que era acostumado: um bairro sem luz, água e nem mesmo uma
mercearia. As famílias tinham que fazer compras na Parada de Taipas, na loja
dos japoneses.
Mas o Jd. Rincão
reunia belezas e característias próprias, como os morros cheios de pedras e
rochas e a plantação de eucalipto da Família Branco que tomava grande parte da
região que hoje é chamada de City Jaraguá. Eram tantos eucaliptos, que as
primeiras missas no cruzeiro eram celebradas de baixo de uma tenda improvisada
de pau a pique ou na casa da D. Elena, ao qual mais tarde o Pe. Humberto se
encantou e fez do Eucalipto o símbolo do Rincão, ressaltando anos depois a
decoração da Igreja já construída.
O
nome do Pe. Humberto era: Pe. Humberto Construção! A partir de 1969 o Rincão
tornou-se um canteiro de obras: desde a canalização das bicas, a 1ª creche, a
quadra e o parquinho, a piscina, a Igreja e o salão e também a construção do
Reino de Deus e as novidades da Boa Nova para todas as famílias do bairro.
A
alegria maior do Pe. Holandês eram as crianças. O seu olhar era direcionado com
um tom ainda mais acariciado e ele fazia de tudo para caprichar no jeito
criativo de cativar e evangelizar a criançada da região: ele fazia animadas
gincanas; trazia musicas novas com gestos e danças para serem apresentadas na
catequese e nas missas; viajava muito para o interior de São Paulo e alugava
ônibus ou levava as crianças de trem para passarem alguns dias de férias nas
casas de famílias ou as dividia em seminários e conventos; mesmo longe, o Pe.
Construção não se esquecia de separar os doces (pés de moleque e balas) para
entregar a todas as crianças após a missa. Reunindo tantas histórias, o que faz
do Pe. Humberto um amigo cativante não foi somente o que ele fez, mas também o
que ele era: um homem de valores e sensibilizado com a realidade do bairro e
com a história de cada família que ali vivia.
Junto com o seu Deraldino e equipe,
o nosso padre ergueu uma grande comunidade no nosso bairro priorizando diversos
trabalhos como catequese, teatro, perseverança, a creche e construções. E o
bairro do Jd. Rincão a cada dia foi crescendo mais, com a ajuda de muitos
moradores e após quarenta anos temos hoje o nosso bairro, a nossa Igreja e a
nossa História... recheada de tantos outros momentos felizes e de muita luta
que faz de todos nós Peregrinos do Senhor rumo a casa do Pai.
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