A Paróquia São Luís Maria G. de Montfort , está situada a Rua Dr. Carmelo D' Agostino, 149 - Jardim

APOLOGÉTICA

Nesse página queremos apresentar alguns textos que nos ajudam a defender a fé católica. Pois precisamos estar sempre prontos a dar razão da nossa esperança a todos aqueles que nos pedirem.

Abaixo os assuntos tratados:
1- Encontrando a Bíblia na Missa!
2- Encontrando a Missa na Bíblia!
3- Eucaristia: presença real ou simbólica de Cristo?
4- O Dogma da Virgindade perpétua de Maria:os irmãos de Jesus
5- A intercessão dos santos
6- A Confissão: sacramento da cura. 
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 Encontrando a Bíblia na Missa

      Nosso culto é Bíblico. A Missa é continuação da Bíblia. No Plano Divino de Salvação, a Bíblia e a Missa estão feitas uma para a outra. Talvez isto seja novo para você. De fato, talvez você, igualmente a outros muitos, incluindo muitos católicos, não pensou tanto sobre a relação entre a Bíblia e a Missa.
     Se alguém perguntar, ‘o que há entre a Bíblia e a Missa?’, muitos poderiam contestar dizendo ‘não tem muito que ver’. Parece uma resposta óbvia. Sim, escutamos leituras do Antigo e Novo Testamento em cada Missa, e cantamos um salmo entre elas, mas além disse, não parece que a Bíblia seja tão importante na Missa.
     No entanto, quando você terminar esse curso, terá uma perspectiva diferente, - e, ainda um amor e um apreço muito maior – do profundo mistério de fé no qual entramos em cada Missa.
     Comecemos de uma vez e olhemos a Missa através de uma nova lente ‘bíblica’.
     Toda a Missa começa da mesma maneira. Fazemos o sinal da cruz e dizemos: ‘Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’. Veremos o porquê disto mais a frente. Por ora, notemos que o sinal da Cruz começou com os apóstolos que ‘selaram’ os novos batizados traçando este sinal em suas frontes (cf. Ef 1,13; Ap 7,3; 14.1; Ez 9,3).
    As palavras que rezamos quando nos abençoamos vieram diretamente dos lábios de Jesus. De fato, são as últimas palavras que dirigiu a seus apóstolos (cf. Mt 28,19).
      Continuando a Missa, o sacerdote nos saúda. Ele fala e nós respondemos, com palavras da Bíblia. Ele diz: ‘O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco (Rm 15,13)’ e nos dizemos: ‘Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo’. Ou ainda: o Sacerdote diz: ‘O Senhor esteja convosco’ e dizemos ‘e com teu espírito’ (cf. 2Tm 4,22).
     Na Sagrada Escritura, estas palavras são a promessa, a proteção e a ajuda do Senhor (cf. Ex 3,12; Lc 1, 28). O sacerdote pode optar por outra saudação, como: ‘A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo ...’ sempre tiradas da Bíblia (cf. 2Cor13,13). ‘A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo esteja convosco’ (Ef 1,2).
A Missa continua assim, como um diálogo entre os fiéis e Deus, mediado pelo sacerdote. O que chama a atenção – e raras vezes reconhecemos – é que este diálogo é feito quase completamente com a linguagem bíblica.
Quando imploramos, ‘Senhor, tende piedade’, nossos prantos pedindo socorro e perdão são ecos da Escritura (cf. Sl 51,1; Br 3,2; Lc 18,13.38.39; Mt 15,22; 17,15; 20,30). Quando glorificamos a Deus, entoamos o hino que os anjos cantaram na noite do Natal, quando Jesus nasceu (cf. Lc 2,14) e os versos seguintes repetem os louvores dos anjos ao poder de Deus do livro do Apocalipse (em especial Ap 15, 3-4).
Até o creio e as orações eucarísticas são compostas de palavras e frases bíblicas. Preparando-nos para ajoelharmos diante do altar, cantamos outro hino angelical da Bíblia, ‘Santo, Santo, Santo...’ (cf. Is 6,3; Ap 4,8). Nos unimos ao salmo triunfante dos que acolheram a entrada de Jesus em Jerusalém: ‘Hosana, Bendito o que vem...’ (cf. Mc 11,9-10). No coração da Missa escutamos as palavras de Jesus na Última Ceia (cf. Mc 14,22-24).
Depois, rezamos a nosso Pai nas palavras que Nosso Senhor Jesus nos ensinou (cf. Mt 6,9-13). O reconhecemos com as palavras de São João, o batista: ‘Eis o cordeiro de Deus ...’ (cf. Jo 1,29-36).
E antes de recebê-lo na comunhão, confessamos que não somos dignos nas palavras do centurião que pediu a ajuda de Jesus (cf. Lc 7,7).
O que dizemos e escutamos na Missa nos vêm da Bíblia. E o que ‘fazemos’ na Missa, o fazemos porque se faz na Bíblia. Nos ajoelhamos (cf. Sl 5,8; At 21,5) e cantamos hinos (cf. 2Mac 10,7.38; At 16,25); nos oferecemos o sinal da paz (cf. 1Sm 25,6; 1Ts 5,26).
Nos unimos ao redor de um altar (cf. Gn 12,7; Ex 24,4; 2Sm 24,25; Ap 16,7), com incenso (cf. Jr 41,5; Ap 8,4), servido por sacerdotes (cf. Ex 28,3-4; Ap 4,4; 20,6). Oferecemos uma ação de graças com pão e vinho (cf. Gn 14,18; Mt 26,26-28).
Desde o primeiro sinal da cruz até o último amém (cf. Ne 8,6; 2Cor 1,20) a Missa é uma grande colcha de sons e sensações, tecida com palavras, ações e acessórios tomados da Bíblia.

Dirigimo-nos a Deus nas palavras que Ele mesmo nos deu por meio dos autores inspirados da Sagrada Escritura. E Ele por sua vez, vem a nós, instruindo-nos, exortando-nos e santificando-nos, sempre pela Palavra Vida da Escritura.
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ENCONTRANDO A MISSA NA BÍBLIA! 

         A Missa é um culto bíblico num sentido ainda mais obvio. Pois é o culto que Jesus mandou celebrar na sua Última Ceia. Quando São Paulo escreveu aos coríntios, para corrigir abusos na maneira que estavam celebrando a Eucaristia, recordou a noite em que Jesus foi entregue. Vamos ler 1Cor 11,23-25.
 Veja, São Paulo conta que Jesus ‘tomou o pão, dando graças, parti-o e disse: ‘Isto é o meu corpo’ e da mesma maneira ‘tomou o cálice ... dizendo ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue’. Recordou ainda as palavras de Jesus aos apóstolos : ‘Fazei isto em memória de mim’.  
 As primeiras descrições da Igreja no Novo Testamento são marcadamente ‘eucarísticas’. Mostram-nos a Igreja realizando o mandamento de Jesus na Última Ceia. 
Vejamos At 2,42 = ‘perseverantes na doutrina (ensinamento) dos apóstolos’ e na fração do pão’. Vejamos At 20,7-11 = sermão – fração do pão. Vejamos Lc 24,25-32.35 = Proclamação da Palavra – fração do pão.
  As primeiras celebrações eucarísticas seguiram a mesma estrutura de duas partes da nossa Missa atual: leitura do ‘ensino dos apóstolos’ seguida pela ‘fração do pão’. Então, na descrição mais antiga da vida da Igreja, vemos Palavra e Sacramento, Bíblia e Liturgia unidos. De fato, a Bíblia e a Missa foram unidas inseparavelmente para sempre por Jesus mesmo na noite da primeira Páscoa. São Lucas nos diz que ao ressuscitar, Jesus se encontrou com dois discípulos no caminho de Emaús (cf. Lc 24,13-35). Primeiro Jesus ‘proclama’ as Escrituras, ensinando como o Antigo Testamento se cumpre no Novo Testamento realizado no seu sangue. Depois Jesus oferece ação de graças por esta aliança no partir do pão.    Desde aquela noite, os cristãos se reúnem a cada domingo, o dia da ressurreição que nós conhecemos como o Dia do Senhor (At 20,7; Ap 1,10). Nessa assembleia abrimos as Escrituras e partimos o pão.
Vamos continuar a nossa busca de encontrar a Missa na Bíblia. No livro do Apocalipse nos deparamos com alguns símbolos de nossa liturgia: incenso, altar, oficiantes por vezes designados como sacerdotes, participantes que se prosternam, adoram, cantam a glória de Deus e de sua obra em Jesus Cristo por meio de hinos de caráter muito tradicional. O nosso Saudoso Papa São João Paulo II dizia: ‘... que a Missa é o céu na terra” e ele explicou que “a liturgia que celebramos na terra é misteriosa participação a liturgia celeste”. Assim, a nossa liturgia participa da liturgia celeste! Na missa, já estamos no céu. Dessa maneira, precisamos aprender a ver o Apocalipse como a Igreja o vê, ou seja, se queremos entender o sentido do Apocalipse, temos que aprender a lê-lo com uma imaginação sacramental. Podemos então perceber que os símbolos trazidos pelo Apocalipse estão em nossa liturgia: (HANN, 2002,p.107-108).


 Missa dominical – 1,10
Candelabros 1,12; 2,5
Sumo sacerdote- 1,13
Paramentos 1,13; 4,4; 6,11; 7,9; 15,6; 19,13s
Sacerdotes 4,4; 11,15; 14,3; 19,4
Altar- 8,3-4; 11,1; 14,18
Celibato consagrado 14,4
Penitência caps.2 e 3
Incenso 5,8; 8,3-5
O livro 5,1
A hóstia eucarística 2,17
Taças (cálices) 15,7; 16;21,9
O sinal-da-cruz 7,3; 14,1; 22,4
O glória 15,3-4
O Aleluia 19,1.3.4.6
Corações ao alto 11,12
O “Santo, Santo, Santo” 4,8
O Amém 19,4 ; 22,20
O “Cordeiro de Deus” 5,6
Virgem Maria 12,1-6.13-17
Intercessão dos anjos e santos 5,8; 6,9-10; 8,3-4
Devoção a são Miguel 12,7
Antífona 4,8-11;5,9-14; 7,1-12; 18,1-8
Leituras das Escrituras 2-3; 5; 8,2-11
O Sacerdócio dos fiéis 1,6; 20,6
Catolicidade ou universalidade 7,9
Contemplação silenciosa 8,1
O banquete das núpcias do Cordeiro 19,9.17


Portanto, o Apocalipse trata de uma reflexão sobre o culto, e este culto é a antecipação do Fim, do Julgamento, do Reino que acontece na Santa Missa. Contudo, tanto o Apocalipse quanto a liturgia nos falam sobre o Fim, pois, o fim tem o seu nome: Jesus Cristo. E é a este que a Igreja clama incessantemente numa única voz; “Maranatá”, ou seja, “ Vem, Senhor Jesus!”. Nesta grande prece a Igreja clama o nome de Jesus e se prepara para a parusia.
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A Eucaristia: presença real ou simbólica de Cristo? 

Muitos Católicos e não-católicos pensam que a Igreja Católica inventou a doutrina da transubstanciação. Transubstanciação significa que o pão e vinho apresentados no altar na Missa, tornam-se o Corpo e Sangue de Cristo, pela força do Espírito Santo, na consagração. A consagração é o momento em que o padre chama a presença do Espírito Santo para mudar o pão e vinho no  Corpo e Sangue de Cristo. Entretanto, o Corpo e Sangue mantém a aparência de pão e vinho. A Igreja Católica acredita que a Eucaristia é a Presença Real de Cristo Jesus, corpo, sangue, alma e divindade. As Igrejas Ortodoxas e a maioria das outras Igrejas do Oriente assim também acreditam. Porém a grande maioria das denominações Protestantes têm interpretado a presença de Cristo na celebração do Senhor ou Eucaristia como sendo uma presença unicamente espiritual, ou simbólica, ou não-real.
Uma leitura atenta aos escritos dos primeiros cristãos, facilmente comprovará que toda a Igreja, ou seja, os cristãos, pregavam a presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia. Isto assombra muita gente, mas é o relato de séculos de História. Até o ano 500 depois de Cristo, nenhum cristão negou a Presença Real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia. Não existem debates até esta data. Após esta data, movidos por impulsos humanos, alguns negaram - como fazem hoje os protestantes - a Presença Real, defendida pela própria Palavra de Deus Escrita: A Bíblia.
Peço a Deus que este texto apologético traga as luzes do alto sobre os católicos que estão afastados da Eucaristia, fazendo com que reconheçam o Mestre no Sagrado Sacramento do altar. Que todos se deixem levar pelo Amor de Deus, pela Fé que tem fielmente sido transmitida por dois mil anos. Peço que o Espírito Santo conceda a nós a Fé para crer em Nosso Senhor Jesus Cristo no Sacramento do altar, e que nos motive a receber Jesus na Missa e a visitá-lo no sacrário. Ele está pacientemente esperando por nós, porque ele nos ama e deseja que nós venhamos para a Casa do Pai.
Vamos aprofundar os textos seguintes que nos ajudam a perceber a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.
A promessa: João 6,22-70; = mastigar
A realização: Lucas 22,14-20; Mateus 26,26-28; Marcos 14,22-24
Atualização: 1Cor 11,23-25.
Importante: 1Cor 11,26-30 (diakrinon); 1Cor 10,16
 Considerações finais: Na Última Ceia, Jesus foi muito claro: “Isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue” (Mt 26,26-28). Ele não falou de “símbolo”, nem de “sinal”, nem de “lembrança”. Mas de sua presença realmente no pão e vinho consagrados (na Hóstia). São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma: “O cálice de benção, que bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). “Pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo como e bebe a própria condenação” (1Cor 11,29).
Naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho, Jesus disse: “Eu sou o Pão vivo que desceu do céu…Quem comer deste Pão viverá eternamente; e o Pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo…O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia… Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.” (Jo 6,54s).
Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa de Jesus na Hóstia sagrada. Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser “pedra de tropeço” para os que não creem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Quando os Apóstolos também queriam duvidar do mistério da Eucaristia, ele disse-lhes: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67).               
Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência: “Senhor, a quem iremos, só Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento.

E, se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo: “Estas palavras são insuportáveis? Quem as pode escutar?” (Jo 6,60).
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VIRGEM UMA VEZ, VIRGEM PARA SEMPRE:
O Dogma da Virgindade perpétua de Maria
           
Que a Virgem de Nazaré, tenha sido mesmo virgem, este é um dado claramente atestado no Novo Testamento. Os Evangelhos de Mateus e Lucas não deixam lugar para dúvidas de que Maria era virgem no tempo de conceber o Filho de Deus.
Vejamos o que diz o dado bíblico:
Em São Mateus 1,18-25 encontramos quatro referências à virgindade da Mãe de Jesus:
v.18 “[...] e, antes de coabitarem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo”.
v.20 “[...] não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo”.
v.23 “Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho [...]"
v. 25. “e, sem que José a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho [...]”.

E o evangelista Lucas 1,34-35 nos diz que: “Maria perguntou ao anjo: ‘Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?’ O anjo respondeu:’ ‘Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus’”. Veja. A Bíblia usa conhecer para “ter relações”. Ora, Maria aqui diz que não as teve.
Por isso, os primeiros Padres da Igreja e os primeiros credos sustentam sem exceção a verdade da concepção virginal. Por que a Igreja sempre insistiu que os cristãos creiam em Jesus ‘nascido da Virgem Maria’? Porque a maternidade virginal de Maria é a garantia da divindade e da humanidade de Jesus.
No Símbolo dos apóstolos, no credo de Nicéia, nos primitivos credos batismais de Roma e África, os cristãos professavam constantemente crer em Jesus ‘nascido da Virgem Maria’. Para os primeiros cristãos, crer em Jesus era crer na virgindade de Maria.
Por tanto, nós católicos professamos que ‘a Santíssima Virgem Maria’, foi virgem antes do parto, no parto e depois do parto. Cremos que somente teve um filho, Jesus, e este foi gerado por obra e graça do Espírito Santo.
            Muitos cristãos não católicos, hoje em dia, não compartilham a mesma opinião. Por isso queremos aprofundar esse tema a luz do que a palavra de Deus nos ensina.
Estudaremos agora os argumentos que nossos irmão não católicos utilizam para afirmar que Maria não permaneceu sempre virgem.
a)       Argumento 1: A Bíblia fala dos irmãos de Jesus
Devido o que a Bíblia fala dos irmãos de Jesus, nossos irmãos não católicos interpretam que são filhos de Maria. Vejamos quais são estas passagem em questão:
“Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas entre nós?” (Mt 13,55-56).
“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós? E se escandalizavam por causa dele” ( Mc 6,3).
“Chegaram então sua mãe e seus irmãos e ficando do lado de fora, mandaram chama-lo. Disseram-lhe: “Eis que tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram” ( Mc 3,31-32).
“Todos estes unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos” (At 1,14).

Se estudarmos mais a fundo a Bíblia poderemos ver que a palavra irmão é utilizada em quatro contextos:
1) Para indicar irmãos de sangue (filhos da mesma mãe e do mesmo pai): como utiliza a Bíblia para definir o parentesco entre Caim e Abel (porque são filhos de Adão e Eva). “O homem conheceu Eva, sua mulher; ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: ‘Adquiri um homem com a ajuda de Iahweh. Depois ela deu também à luz Abel, irmão de Caim” (Gn 4,1-2). Neste exemplo Caim é irmão de Abel porque são ambos filhos de Adão e Eva.

2) Para indicar familiares ou parentes: “Abrão disse a Ló: ‘Que não haja discórdia entre mim e ti, entre meus pastores e os teus, pois somos irmãos” (Gn 13,8). Nesta passagem vemos Abraão chamando Ló de irmão, quando realmente Abraão é seu tio: “Eis a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló.”
            O mesmo sucede com Labão que chama Jacó de seu irmão apesar de ser seu tio (cf. Gn 29, 12-15).

3) Para indicar membros do mesmo povo ou tribo: “Naqueles dias, Moisés, já crescido, saiu para ver os seus irmãos, e viu as tarefas que pesavam sobre eles; viu também um egípcio que feria um dos seus irmãos hebreus” (Ex 2,11). Nessa passagem vemos que a Bíblia narra como Moisés viu que golpeavam um hebreu, e por ser de seu mesmo povo a Bíblia disse que é um de seus irmãos.

4) Para indicar irmãos espirituais: “Ele perguntou: quem é minha mãe e meus irmãos? E, repassando com o olhar os que estavam sentados ao seu redor, disse: ‘eis minha mãe e os meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mc, 3,33-35).
             
            Esta diversidade do uso da palavra irmão é porque no aramaico (que era a língua de Jesus e seus discípulos), não havia um equivalente a primo, primo em segundo grau e outros, de modo que costumava ser usado em vez disso, a palavra "aja" = irmão, e era mais fácil dizer "irmão", que "o filho da irmã de meu pai."
Uma breve conclusão sobre esse primeiro argumento: Quem seriam esses “irmãos” de Jesus então? Seriam os parentes próximos de Jesus. Disso há várias provas: a) é o modo bíblico de falar como vimos nos exemplos acima; b) Tiago e José (chamados em Marcos 6,3 e Mateus 13,55 “irmão de Jesus) são em verdade filhos de outra Maria, como se sabe lendo, mais adiante, Marcos 15,40.47 e 16,1; Mateus 27,56; c) Jesus moribundo não teria confiado sua Mãe ao Discípulo amado (que era filho de Zebedeu) caso tivesse tido outros irmãos carnais.

b)       Argumento 2: Jesus é chamado Primogênito
Vejamos os textos bíblicos usados por aqueles que contestam a virgindade de Maria: Lucas 2,7.22-23:
v.7  “e Maria deu à luz o seu filho primogênito [...]”.
v. 22 e 23 - “Terminados os dias da purificação deles, conforme a Lei de Moisés, levaram o menino para Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito de sexo masculino será consagrado ao Senhor."
Como Jesus na Bíblia é chamado primogênito, então os irmãos não católicos interpretam que é o primeiro de outros filhos. Afirmam que se Jesus fosse o único filho de Maria seria chamado unigênito em vez de primogênito, assim como Jesus sendo filho único do Pai é chamado seu unigênito em passagem como João 1,14.18; 3,16.18.
Isso é falta de aprofundamento da palavra de Deus. Pois ‘primogênito’ não é um termo cronológico, de sucessão, de quantidade, ‘primogênito’ é um termo litúrgico. Para os judeus o que importava era cumprir a lei do culto que estabelecia que todo o varão primogênito seria consagrado a Deus e por isso ao seu primeiro filho chamavam primogênito ainda que não sabiam e haveriam de ter mais filhos depois. 
A palavra ‘primogênito’ é utilizada para significar preeminência, predileção, a importância de um filho predileto, consagrado e receptor das bênçãos da primogenitura.
Por fim, veremos o último argumento usado para afirmar que a Virgem Maria teve mais filhos.

c)       Argumento 3: Interpretam que a Bíblia diz que José conheceu Maria portanto tiveram relações sexuais.
Este argumento se baseia na passagem de Mateus 1,25 donde se pode mal interpretar que José conheceu Maria. Vejamos: “e não teve relações com ela até que ela deus à luz um filho [...]” (Mt 1,25).
Essa palavra ‘até’ para algumas pessoas significam que não houve nada antes, mas depois de dar a luz sim houve algo. É importante esclarecer que a palavra ‘até’ na Bíblia não sempre significa que depois teve algo. Por exemplo, vejamos alguns textos que mostram isso.
“Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Isto significa que Jesus não estará conosco depois do fim do mundo? Não, a passagem não está dizendo isso, somente está fazendo especial ênfase em que não nos abandonará até o fim do mundo.
“E Micol, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte” (2Sm 6,23). Será que Micol depois da morte teve filhos? Não, não teve filhos, simplesmente quem escreveu quer colocar ênfase especial em que não teve mais filhos.

Então, em Mateus 1,25 o evangelista não estava afirmando que José conheceu (teve relações) Maria depois de dar a luz, senão estava dando ênfase em que Jesus nasceu sem intervenção de José. 

A Intercessão dos Santos 
      A intercessão dos Santos é uma prática que existe na Igreja Católica, mas que não é reconhecida, não é aceita por muitas denominações cristas.
   Os Católicos pedem a intercessão, o socorro, a súplica dos Santos, os nossos irmãos e irmãs que já se encontram com Deus na glória, igualmente os Anjos (São Miguel, São Rafael, São Gabriel e todos os seus comandados).         
    O protestantismo diz que a prática da intercessão dos Santos não é bíblica. E mais do que isso, ela fere a Palavra de Deus. O texto que eles apresentam para negar a eficácia da intercessão dos Santos, o famoso texto, o principal texto é 1Timóteo 2,5-6 “pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate por todos. Este é o testemunho dado nos tempos estabelecidos”.
         Então eles dizem, como Jesus Cristo é o único mediador, os Santos, principalmente Maria, não deveriam ser invocados para pedir a Jesus por nós. Segundo eles, quando os católicos apelam para os Santos, esses Santos se intrometem na única mediação de Cristo. Mas se lermos de novo o texto, veremos que esse raciocínio é falso. Reparem o texto: ‘um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo’, mas os Santos não são mediadores entre o Pai e os homens. Quem é o único mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo. Ele disse ‘ninguém vem ao Pai senão por mim’. E é verdade. O único Caminho, mediador, canal, meio, recurso de chegar ao Pai é por meio de Jesus. A mediação tratada em 1Tm 2,5, refere-se a Nova e Eterna Aliança. No Novo Testamento, é Cristo que nos reconcilia com Deus, através de seu sacrifício na Cruz. É nesse sentido que Ele é nosso único mediador, pois somente através Dele que recuperamos para sempre a amizade com Deus.
         Os protestantes não entendem que os Santos não intercedem ao Pai diretamente. Os Santos se dirigem a Jesus. E Jesus acolhendo as suas preces, as apresenta ao Pai. Vejamos um exemplo: as pessoas que nos pedem orações.
         Vejamos 1Timóteo 2,1-3 (São Paulo pede que nós rezemos pelos homens. Isso é intercessão). A minha fé me impede de rezar somente por mim, devo rezar por mim e por todos.  Quando peço por mim eu faço uma súplica, quando peço pelos outros eu intercedo. Interceder significa pedir por outra pessoa.
         Vejamos outra intercessão: Marcos 5, 22-23 (pede pela sua filha). A mesma coisa que os Santos fazem quando no céu intercedem por nós.
         Vejamos agora: Mateus 15,21-22 – alguém pede por outra pessoa a Jesus, e Ele aceita as preces, acolhe as súplicas. 
     Muitos dizem é um absurdo dizer: Santa Maria rogai por nós pecadores. Vejamos se é verdade: Atos 8,24 - (Simão pede que interceda por Jesus por si).
         Vamos agora ao texto mais solene, mais eloquente, talvez o mais importante que comprova o valor, a eficácia da intercessão dos Santos: João 2,1-11. É a intercessão mais solene junto a Jesus na Bíblia.
 Vejamos Romanos 15,30 (rogai por mim); 1Tessalonicenses 5,25 (pedido de intercessão); Hebreus 13,18.
    Quando apresentamos esses textos, um cristão não católico diz que aqui na terra nós podemos interceder, orar uns pelos outros. Mas os santos morreram. E quem morreu acabou-se. Quem morreu não está no céu ainda. Quem morreu não pode pedir por ninguém. Conforme os textos: Eclesiastes 9,5.10. Esses argumentos são falsos. Por quê?
  1) Quem morre na graça de Cristo, e que está totalmente purificado, entra imediatamente no Paraíso. Vejamos Lucas 23,42-43;  2) Quem está nos céus pedem por nós. Vejamos Apocalipse 6,9-11. 3) Apocalipse 5,8 –(as orações dos santos); Apocalipse 8,3-4 (as orações dos santos) 4) E em outros tantos textos a Sagrada Escritura nos mostra isso (cf. Is 14,9-10; 1Pd 3,19; Mt17,3; Ap 7,10).
      Importante fazer a diferença entre Evocação dos mortos (proibida pela Bíblia Dt 18,9-14; Lv 20,6-27)e Invocação dos Santos.
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A Confissão: Sacramento da Cura!

           Muitos se perguntam o porquê devemos confessar nossos pecados a um sacerdote, se este é tão ou mais pecador do que nós. Vale a pena lembrar aqui que até mesmo o Papa tem que confessar-se e receber a absolvição da parte de seu confessor. A realidade é que nós católicos não fazemos o que nos ocorre crer, como fazem nossos irmãos protestantes, mas sim, nós fazemos o que Deus manda em sua Palavra. Se Jesus quis que confessássemos nossos pecados para receber a absolvição por parte de seus sacerdotes, a quem deu-lhes o poder de perdoar nossos pecados, assim fazemos colocando em prática, porque é sua vontade.
      Há muita gente que pensa que a confissão foi inventada pela Igreja Católica. Em certo sentido, é verdade, pois a confissão é um sacramento da Nova Aliança, e portanto não pôde ser instituído senão depois que Jesus selou essa aliança com o seu sangue (Mt 26,27). Porém, já na tradição de Israel, Antigo Testamento, à qual Jesus era fiel, na Aliança que Deus fez com o seu povo, já encontramos disposições para o perdão do pecado. Ou seja, em diversos pontos da Lei de Moisés, Deus deu ao seu povo uns ritos muito específicos para que confessasse os seus pecados.
    Vejamos alguns textos: Levítico 5,5-6; Levítico 4,27-31. Nesses dois textos vemos ao dar ao seu povo um claro plano de atos a praticar, Deus torna possível aos indivíduos confessarem os seus pecados. Em primeiro lugar, insiste explicitamente nessa confissão. Depois, dá ao pecador uma tarefa a realizar: um ato litúrgico de sacrifício e expiação. E finalmente, ordena que tudo isso seja feito com a ajuda e a intercessão de um sacerdote. Todos esses elementos subsistirão intactos ao longo da história de Israel e do novo Israel, a Igreja de Jesus Cristo. Veja o quadro abaixo:

1 - memória do pecado diante de Deus
2 – arrependimento
3 – confissão dos pecados
4 – aspersão com o sangue
5 – perdão dos pecados
1 – exame de consciência
2 – Arrependimento
3 – Confissão dos pecados
4 – Perdão dos pecados pelos méritos do sacrifício de Cristo na cruz
5 – Ato de contrição e absolvição
Se prestarmos a atenção vemos que são praticamente os mesmos passos da nossa confissão. Vejamos outros textos: Eclesiástico 4,31; Mateus 3,5-6; Marcos 1,5.
Vejamos agora, no Novo Testamento, Jesus que dá a seus discípulos e a seus sucessores o poder de perdoar ou não os pecados. Abra João 20,20-23.
Esta é uma passagem de grande solenidade. São as primeiras palavras do Ressuscitado aos seus apóstolos reunidos, são as primeiras palavras de Jesus aos seus discípulos depois da Redenção. Jesus estabelece um paralelismo entre a missão que o Pai lhe entregou e a que Ele entrega aos discípulos. O Pai lhe deu uma missão: a Redenção, e Jesus a cumpriu; e agora Ele envia seus escolhidos para manter o ministério com uma missão nova: serem os administradores da consequência da Redenção, do perdão dos pecados. Por quê? Mistério arcano (escondido) que somente Jesus, seu Pai e o Espírito Santo conhece e que nós somos chamados a crer com fé. Para reafirmar este poder Jesus dá solenemente o Espírito Santo. Não resta dúvida que o sopro de Cristo Ressuscitado e as Palavras: ‘recebei o Espírito Santo...’ expressam claramente que os Apóstolos não obtiveram o poder os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como um dom especial, merecido por Cristo e a eles conferido, em favor das almas, redimidas pelo seu sangue derramado na cruz.
Em outras palavras, os sacerdotes tem a autoridade do próprio Cristo. O sacerdote é um alter-Christus, outro Cristo. Cristo é o Sumo Sacerdote atrás do padre. Cristo é o Sumo Sacerdote no padre, e Ele é o Sumo Sacerdote, por intermédio do sacerdote. O padre é a ferramenta e o instrumento que Deus escolheu usar para a nossa ajuda e para nossa salvação. Ele é o juiz. Ele é o médico. Ele é o conselheiro. Ele é um amigo. Por quê? Porque o sacerdote é um pai e um bom pai é todas essas coisas. O penitente é ao mesmo tempo um criminoso, um doente e uma criança com um coração partido, e o que Cristo está interessado em fazer é restaurar a amizade e os laços familiares da Nova Aliança.
Vemos ver outros textos que também falam do sacramento da confissão: Mateus 18, 15-18; Atos 19,18; 1João1,9;  Tiago 5,14-16.
   Uma breve conclusão:

    Como vimos nos textos acimas, com quem então devemos confessar-nos? Com Deus, sem dúvida, mas do modo que Ele estabeleceu por meio de Jesus Cristo: com um sacerdote. Como vimos, São Tiago não exorta os cristãos a confessarem os seus pecados somente a Jesus, nem lhes diz eu os confessem silenciosamente, nos seus corações. Podem fazê-lo, e será meritório, mas ainda não serão fiéis à palavra de Deus pregada por esse Apóstolo, não enquanto não confessarem os seus pecados ‘a outro’ em voz alta, e concretamente a um presbítero. A figura do sacerdote está sempre presente. 

Um comentário:

  1. Eu , me confessei e senti a presença de DEUS através do padre , foi maravilhoso ...

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